Colaboração em textos: Erika Santoro
.............................Gabi Goldenstein
.............................NPS Designer
.............................Maira Mattos
.............................Marc Gonçalves
domingo, 31 de agosto de 2008
Imagem do domingo
“Got no boundaries and no limits…If there's excitement, put me in it”.
sábado, 30 de agosto de 2008
Inutilidades úteis: Limpar camurça, chamois ou pelica.
Sabe aquela sua peça de camurça, chamois ou couro ( mas só os de pelica ok): sapato, tênis, casaco, calça, bolsa ... que você gosta tanto e não sabe como limpar e ta meio sujinha e gasta? Ai vai uma dica:
Com uma escova de cerdas macias tire a poeira da peça, em seguida comum pano, que não solte tinta, cubra toda extensão de forma uniforme com lustra -móveis ( isso mesmo, lustra móveis! Aquele produto que as faxineiras adoram gastar e muito ...) . Após isso de uma escovada novamente espere secar uns 2 minutinhos e aplique novamente de forma uniforme o produto com o pano.
OBS: A peça no principio fica um pouquinho mais escura, mas quando o produto seca totalmente ele volta ao normal. Aplique de forma uniforme pois se ficar em excesso alguma área esta ficara mais escura.
Aproveite a dica!
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Gente nova aqui!
- Erika Santoro Reis , estilista e modelista "made in Paraná" .
- NPS Designer, pseudonimo de uma experiente designer
- Maíra Mattos estilista e jornalista de moda
- Marc Gonçalves produtor de moda
Beijos ou abraços ou os dois
David Angel Pallas
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Memórias de um fashionista: As 2 pérolas negras de minha vida.
Uma das minhas grandes divas, da qual sou tiete, leio e coleciono tudo, é a dançarina e cantora dos anos 20 e 30, Josephine Baker. A vida da Pérola Negra, como ficou conhecida, era sempre o fio condutor para eu iniciar minhas aulas de história da moda na década de 20 em meu curso de Extensão em Produção de Moda no Senai Cetiqt, falando sobre esta personalidade e de como ela quebrou tabus, podia traçar um panorama de uma década que seria revolucionária para a mulher e para a moda.
Particularmente, eu também tenho em minha vida uma Pérola Negra, rara e especial, a minha amiga de infância e de toda vida, uma irmã de alma, Clau a EZUBERANTE (como eu costumo chamar devido ao seu caráter singular e a grafia com Z é proposital, uma brincadeira nossa).
É claro que Cláudia (ou Claudinha como muitos amigos a chamam) não dança Charleston semi nua em público, nem muito menos canta “blue sky”, “j’ attendrai” ou “don’t my tomatoes” e muito menos teve as experiências de vida de Josephine Baker mas como ela, minha amiga é uma mulher à frente do seu tempo com olhos lindos, expressivos, cheios de vida, janelas para sua alma maravilhosa .
Recado: !Cláudia Basílio yo te amo!... e chega de ” babação” por hoje. Até porque esse “post” é em homenagem à você, ao meus tios de quem falarei abaixo e a Josephine Baker, que cantava melhor do que você. Não é só uma homenagem única e sim aos quatro. As 2 pérolas negras de minha vida,uma diva intangível a Josephine e outra tangível que é você, e aos meus tios, evidentemente.
Mas voltando à Pérola Negra do início do século passado ... esse meu fanatismo vem muito antes de eu sonhar em trabalhar com moda e lembro-me do meu primeiro contato com Mrs. Baker como se fosse hoje.
Quando eu era criança - meio “ little nerd” assumo - meu maior divertimento nas férias era ir para a casa de meus tios, meus segundos pais, Tia Gleice e Tio Almir de Oliveira.
Com Tia Gleice tive os primeiros contato com a moda, ela era estilista e possuía um atelier em sua casa; com meu Tio Almir de Olveira, historiador e amante da boa música, um dos homens mais inteligentes e cultos que conheci ate hoje, tive os primeiros contatos com a música clássica, com o jazz e adquiri o gosto pela leitura.
Ao invés de brincar com meus primos na parte externa da casa (todos os sobrinhos do casal adoravam ir para lá devido à paciência deles e ao tamanho do casa) eu me alternava sem parar entre dois lugares: ora ficava no atelier de minha tia e a observava com seu moldes e costuras; ora na biblioteca de meu tio, uma sala de móveis negros do século XIX, com amplas janelas e repletas de estantes e livros. Nesse local eu tinha a liberdade de fuçar em tudo, um privilegio de sobrinho nerd que os demais não tinha e que eu adorava usar contra os demais ( coisas de criança chatinha e CDF). Tio Almir aliás me aconselhava a mexer em todas aquelas obras e se tivesse dúvidas de algo que o perguntasse.
Um dia eu e meus óculos fundo de garrafa transition da bausch & lomb , em formato de farol de “caravan”( como meus primos chamavam meu fiel e pavoroso instrumento óptico, que minha mãe jurava serem os melhores para a minha foto fobia e miopia) nos deparamos com um livro sobre mulheres que mudaram a historia no século XX . Folheando o exemplar me deparei com uma foto que me chamou atenção, uma mulher linda de cabelos curtos e olhos expressivos ao lado de um leopardo, comecei então a ler sua pequena e resumida biografia. Terminada a breve leitura perguntei ao meu tio se existia algo mais sobre ela. Ele sorriu e falou : Ela era cantora sabia? Tenho aqui algum disco de Jazz com ela cantando e outros livros com mais coisas sobre ela.
Ouvindo “J’ai deux amours”, maior sucesso da cantora e lendo mais sobre sua vida e vendo fotos em diversos livros , fui me encantando e a partir daí começou o meu fascínio por Josephine Baker.
Poucos anos depois, com 12 mais precisamente, conheci no colégio onde estudava,uma garota que estava sempre sorridente, levada, debochada, amiga de todos,de beleza singular e possuidora dos olhos mais vivos que já vi na vida. Olhos verdadeiros, olhos de Baker.
Uma vez muitos anos mais tarde, já no campo profissional, relatei a minha impotência em vestir a minha primeira musa inspiradora de meus croquis, a minha amiga de infância e do nada uma experiente estilista que estava na sala deu a explicação para tudo: " Musa inspiradora a gente não corrompe com moda. Colhemos só os seus dados para criar a nossa arte. "Fulana"(se eu falar sou morto ou processado) é minha musa inspiradora eu nunca ousei criar nada para ela. Eu vejo suas roupas, sua maneira de andar,de falar e a partir dai crio, mas não para ela, minha criação não esta aos pés dela. Levo o que a de bom dela para outras que não possuem o que ela tem, mas ninguém pode saber disso." Hoje na maturidade, tendo uma proximidade maior com minha primeira musa inspiradora a minha amiga de infância, entendo tudo.
Josephine Baker foi uma mulher que batalhou por sua independência e a das mulheres de sua época. Estando sempre à frente de seu tempo era incompreendida muitas vezes por possuir uma alma singular, uma alma livre. Era exótica,inteligente e lutou pelo que acreditava, tanto ela quanto minha amiga Clau (possuidora de características similares aos da Baker) possuem uma coisa rara e que hoje em dia esquecemos, algo que vale muito mais que se trajar de Gucci, Prada e Armanis da vida, ou mesmo saber qual a última tendência da moda. Ambas são pérolas, pérolas negras, valiosas raras, possuem estilo próprio, luz própria. Essas mulheres não precisam de roupas pois elas já se vestem de alma. Não a toa quando crio algo ouço Josephine Baker e procuro na lembrança o sorriso e os olhos de minha amiga. Ambas são as Divas da minha vida.
Biografia e relação com a moda /influência nos costumes.
Frida Josephine McDonald nasceu 3 de junho de 1906 na cidade de Saint Louis no Estado americano de Missouri. Filha de de Carrie McDonald , uma lavadeira e de pai incerto ( alguns biógrafos afirmam que ela seria filha de Eddie Carson, um baterista de jazz e ator que foi certamente amante de sua mãe, ou de um vendedor ambulante de jóias ou ainda de um homem que viveu com sua mãe chamado Arthur Martin).
A Vênus Negra ou a Pérola Negra , como ficou conhecida anos mais tarde, teve uma infância difícil e pobre, no sul dos Estados Unidos, em Saint Louis, e às vezes dançava nas ruas para ganhar algumas moedas. Com a mãe e a irmã, trabalhou como empregada doméstica e lavadeira em casa de famílias abastadas da cidade. Em sua biografia ela relata as atrocidades que sofrera durante esse período, numa delas uma das senhoras para quem trabalhou chegou a lhe escaldar as mãos porque tinha gasto muito sabão.
Josephine teve sua estréia nos espetáculos de vaudeville de St. Louis aos 15 anos de idade, quando era camareira da diva negra Clara Smith , a oportunidade surgiu ao substituir uma corista que havia faltado ao show de Smith . Nesta mesma época casou- se pela segunda vez, com William Howard Baker adotando seu sobrenome, mas deixou-o dois anos depois, quando saiu de St. Louise rumou para Nova York devido à grande discriminação racial que havia na cidade .
Em Nova York, trabalhou em alguns espetáculos da Broadway, entre 1921 e 1924, onde muitos a achavam-na uma péssima corista já que ela fazia muitas caretas e que tinha olhos vesgos. Entretanto viveu em turnê pelos Estados Unidos com a Jones Family Band, atuando e dançando em várias esquetes cômicas. Quando a companhia 'rompeu-se', Baker fez testes para entrar para o coro do The Dixie Steppers mas foi recusada, por ser muito magra e muito negra.
Persistente, ela entrou para a companhia como camareira e assistindo os ensaios aprendeu todas as coreografias. Outra vez, em um dia, tornou-se substituta de uma das coristas que faltara, e seu jeito propositalmente desastrado e cômico no palco foi um dos maiores sucessos da companhia, garantindo 'casa cheia' em todas as apresentações . Durante essa época após um teste em N.Y, foi selecionada para participar de "Revue Nègre" em Paris.
Na Europa a Primeira Guerra Mundial tinha acabado em 1918, a noite fervilhava e a produção artística estava à mil devido a uma prosperidade econômica. Os espartilhos haviam sido abolidos, mudando a silhueta das mulheres que agora tinham cabelos curtos, dançavam o jazz e o charleston . As feministas queriam o sufrágio para poder votar como os homens. No meio dessa atmosfera, do burburinho das melindrosas da época, em 2 de outubro de 1925, Josephine Baker teve seu "debut" em Paris, no Théâtre des Champs-Élysées, fazendo imediato sucesso com sua dança exótica, aparecendo praticamente nua em cena, na platéia estavam sempre personalidades e formadores de opinião dentre eles os artistas Léger e Jean Cocteau, que virariam seus fãs e amigos.
Toda a apresentação de Baker era inovadora e exótica, a combinação de seu figurino ousadíssimo - uma saia feita de nada mais além de plumas - com seus movimentos desinibidos causou um frenesi antes nunca visto em Paris, influenciando a moda parisiense.
A mulher estava dando passos importantes rumo à independência, saindo das amarras do século XIX. Coco Chanel (futura amiga da diva nos anos seguintes) entrou em cena e mudou o jeito da mulher se vestir, com calças compridas e tailleur e a Pérola Negra com suas apresentações e seu jeito de encarar a vida ajudava a quebrar tabús. Não foi à toa que ela recebeu os apelidos de "Vênus negra" e "Deusa de ébano" e arrancou elogios de grandes personalidades e críticos. Extravagante e sensual, sempre se apresentando em trajes ousados, conquistou Paris e deixou muitos homens e mulheres apaixonados, alguns biógrafos chegam a afirmar que nesse período Chanel e ela tinham uma amizade “singular”.
As principais atrações de seus shows eram os bailados exóticos e os negros zulus, Josephine fazia uma dança selvagem, com as plantas do pé no chão e as pernas arqueadas, com os seios de fora e uma tanga de penas. Tinha orgulho de ser negra.
Desbocada e sexy, tornou-se estrela no ano seguinte, no Folies Bergères e no Cassino de Paris, conquistando mais fama logo. Sua primeira performance solo foi a famosa dança da banana, em que se apresentava vestida somente com uma tanga feita com as frutas. Ela rapidamente tornou-se a favorita da França. Ficou casada algum tempo com Pepito di Abatino.
Em 1929, após uma turnê na América do Sul, no navio que levava Mrs . Baker - "a mulher mais famosa do mundo" - para a Europa, foi palco para o encontro dela e do brilhante arquiteto Le Corbusier. Segundo a biografia escrita por Phyllis Rose, os dois talvez tenham sido amantes. É possível, porque o que não faltaram na vida da diva foram maridos e amantes. Além de Baker e Abatino, casou-se com Jean Lion, Joe Bouillon e Robert Brady. A lista de admiradores incluía Georges Simenon, Pablo Picasso, Alexander Calder, E. E. Cummings entre outros.
Com um salário confortável, a primeira diva negra do cinema e do teatro deu-se ao luxo de gastar com roupas, jóias e animais de estimação exóticos, como seu Leopardo chamado Chiquita(com a qual andava pelas ruas de Paris em uma coleira de brilhantes) e sua cobra chamada Kiki. Após estrelar em outros diversos shows em Paris, Josephine estabeleceu-se como a performer mais bem paga de toda a Europa e disputou o título de mulher mais fotografada do mundo com Mary Pickford e Glória Swanson. Ela estreou nos cinemas no início dos anos 30, nos filmes "Zou-zou" e "Princess tam-Tam"sucessos de bilheteria da época. Foi também nessa período que ela e sua autencidade e naturalidade inspiraram o padrão de modernidade criado por Chanel e foi ainda nessa fase que mudou-se com sua família para o Castelo de Les Milandes, em Castelnaud-Fayrac, na França.
Em 1936 ela então resolve retornar aos EUA para estrelar no Ziegfeld Follies, mas ao contrário do esperado, a população americana não aceitou ver uma mulher negra, sofisticada e poderosa como Baker no centro de um show de tamanho porte. Após críticas duras e racistas, Baker retornou para a Europa e muito magoada naturalizou-se francesa em 1937 .
Durante a 2ª Guerra Mundial, Josephine apresentou-se para tropas, tornou-se correspondente da resistência francesa e fez até mesmo parte da Força Aérea Auxiliar Feminina. Mais tarde ela foi condecorada com a Medalha da Resistência e nomeada pelo governo francês "Chevalier of the Legion of Honor". Nessa fase rompe a amizade com Coco Chanel devido aos boatos das relações da estilista com o Terceiro Reich.
Após a Guerra, a então musa de Dior ( Josephine foi também por diversas vezes, musa do célebre costureiro inventor do New Look) durante as décadas de 50 e 60 voltou aos EUA, sem se apresentar, e ajudou na luta contra o racismo e foi homenageada pela National Association for the Advancement of Colored People, tendo o dia 20 de Maio nomeado "Josephine Baker Day". Foi também nessa época que Baker começou a adotar crianças de diversas etnias e religiões, formando a família que ela carinhosamente chamava de "The Rainbow Tribe", que quase sempre a acompanhava em suas turnês.
No final dos anos 1960, passou por dificuldades financeiras e parou de se apresentar em 1968. Ao saber dos seus problemas financeiros a princesa Grace de Mônaco, sua fã, amiga e compatriota ofereceu-lhe uma casa no Principado e uma substancial ajuda. Ela então volta aos palcos para angariar fundos e pagar o “empréstimo de Grace”, como ela chamoucom seu jeito debochado e carinhoso a ajuda da amiga, se apresentando em diversas casas da Europa.
Em 1973 casou-se com Robert Brady e concorda em se apresentar no Carnegie Hall de N.Y. em comemoração aos seus cinquenta anos de carreira. Devido à sua última e traumatizante experiência nos EUA em 1936, ela fica apreensiva com a recepção do público e da crítica porém, dessa vez, ela foi recebida por uma platéia que a apaludiu de pé antes mesmo do concerto começar. Josephine ficou tão emocionada que chorou no palco. Na mesma turnê os aplausos seguiram-se na África do Sul, onde criticou o apartheid; no London Palladium, Inglaterra e em Mônaco, com grande sucesso.
No dia 8 de abril de 1975, Baker agora com 68 anos de idade, estréia no Bobino Theater, em Paris. Diante de celebridades como a Princesa Grace de Mônaco e Sophia Loren, ela apresentou um medley das principais coreografias e canções de seus 50 anos de carreira, obtendo as melhores críticas de sua vida artística. Dias depois, no entanto, Josephine entrou em coma após um derrame.
Em dia 12 de abril de 1975 Josephine Baker vem a falecer em Paris. Mais de 20.000 pessoas encheram as ruas da cidade luz para assistir à procissão de seu funeral. O governo francês honrou-a com uma saudação de 21 tiros, fazendo dela a primeira americana e única america a ter um funeral com Honras de Estado, após esta cerimônia seu corpo foi definitivamente sepultado em Monte Carlo a pedido da Princesa Grace.
Curiosidades:
- Josephine Baker esteve no Brasil pela primeira vez em 1929. Apresentou-se no Teatro Cassino, no Rio de Janeiro. Voltou em 1952 e contracenou com Grande Otelo no show "Casamento de Preto", onde cantava "Boneca de Piche" em português. Em 1963 fez uma temporada no Copacabana Palace e apresentou-se no Teatro Record, em São Paulo. Esteve pela última vez no Brasil em 1971, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Porto Alegre onde se apresentou em programas de tv e casas de espetaculo da época.
- Em quase toda a história da humanidade, o ar bronzeado era socialmente desvalorizado porque a exposição ao sol era sinal da necessidade de trabalhar e estava ligada a profissões como a pesca ou a agricultura. Nas cortes europeias, as mulheres sofriam para manter a pele alva recorrendo a mezinhas muitas vezes tóxicas. Quando os banhos de mar se tornaram populares, as mulheres costumavam ser levadas até à água em carroças fechadas para não apanharem sol. Só nos anos 20 do século passado o bronzeado se torna um sinónimo de saúde e beleza, popularizado por mulheres como a estilista Coco Chanel e a Josephine Baker. A estilista teria apanhado um escaldão num cruzeiro até Cannes em 1923 e acidentalmente lançou a moda. Nos anos seguintes o tom de pele de Baker era tão invejado pelas francesas que surgem para as classes mais abastadas as primeiras cabines de bronzeamento artificial, abolidas durante e após a Segunda Guerra Mundial por estes equipamentos lembrarem fisicamente as camaras de gás.
- Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), estilista francês, influenciado após ver um Show de Baker subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores.
- Josephine Baker em seus shows foi vestida pelos mais celebres estilistas/figurinistas de sua época como Poiret, Chanel, Balmain e Dior, no entanto seu preferido era o russo Romain de Tirtoff, conhecido como Ertè, celebre figurista do seculo XX (ex assistente de Poiret) que nunca a deixou pagar por nenhum dos inúmeros vestidos produzidos por ele para a Diva.
- Divas negras da atualidade como Beyonce , Rihanna e outras, buscam inspiração no trabalho de Josephine Baker assimcomo em seu visual.
Filmografia
• La Sirène des tropiques (1927)
• Zouzou (1934)
• Princesse Tam Tam (1935)
• Moulin Rouge (1941)
• Fausse alerte (1945) ... aka The French Way
• An jedem Finger zehn (1954) ... aka Ten on Every Finger
• Carosello del varietà (1955)
• Grüsse aus Zürich (1963) (TV)
Documentario Sobre Josephine Baker
vejam o restante no Youtube são seis episódios( o primeiro esta acima):
2-http://br.youtube.com/watch?v=NlP7nOSIgBY
3-http://br.youtube.com/watch?v=8QEbG-c6tmI
4-http://br.youtube.com/watch?v=M-Z5hygBnuU
5-http://br.youtube.com/watch?v=O1R06xNDGOI
6-http://br.youtube.com/watch?v=SUDvjxg9wKE
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Dica: Filmes de moda - Prêt-à-porter (Robert Altman -1994)
“(...) É tão novo, quero dizer, é tão velho, quero dizer...
Quero dizer, ela mostra como realmente é.
É tão velho, é verdadeiro. É tão verdadeiro que é novo.
É o visual mais antigo, o mais novo visual antigo (...) “
Com essas frases a personagem de Kim Basinger, uma jornalista deslubrada e atrapalhada, resume uma das cenas finais do filme que nos leva a refletir o real sentido da moda e dos sitemas que a cercam.
Prêt-à- porter ( ou Ready to Wear) dirigido pelo celebre Robert Altman, não é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes do diretor, nem muito menos uns dos melhores sobre o tema, mas sim uma sátira cheia de excessos e um dos primeiros a tratar do assunto desvendando a caixinha de pandora que era o cenário fashion ate os anos 90. No filme vemos a mágia de um universo glamouroso se dissolver e nos deparamos com a realidade de que a moda nada mais é do que um grande negócio, muitas vezes cercada pela fútilidade e o despreparo profissional de muitos.
Entretanto o filme vale a pena ser visto por diversos pontos, dentre eles o de ser o primeiro a massificar nas telas este universo intangivel à pessoas que não trabalhavam no setor e por levantar questionamentos como: Moda/Arte/Marketing/Bussines , a necessidade real do estilista persona, a necessidade de preparo para entrar no mercado etc
Pret a Porter que na época de lançamento recebeu de aplausos à desdém da crítica mesmo trazendo um elenco aclamado foi o motivo para crises de bate boca na imprensa entre o diretor e diversos estilistas que se viam grotescamente ridicularizados por personagens baseados neles, um deles foi Karl Lagerfeld ( satirizado no filme por estilista afetado com seus leques).
O filme traz ainda algumas particularidades :
- cenas com diversas personalidades que aparecem como eles próprios:Thierry Mugler, Bjork, Harry Belafonte, Cher, Claude Montana, Naomi Campbell, Claudia Schiffer, Jean Paul Gaultier...
- As atuações maravilhosas da impagável Rossy de Palma ( musa de Almodovar) como Pilar uma assitente de designer "blasé" e as de Linda Hunt, Sally Kellerman, Tracey Ullman como uma trinca de editoras de moda atrapalhadas que se degladiam para conseguir os serviços de um fotografo famoso vivido por Stephen Rea ( muitos associam este personagem como uma satira ao célebre fotografo Nick Knight)
- E a volta às telas de monstros sagrados do cinema europeu como uma éspecie de homenagem de Altman - Anouk Aimée vivendo a designer mais "centrada" da trama: Simone Lowenthal ( o sobrenome é uma homenagem à personagem Lola Erwenthal uma dançarina de cabaré, vivida pela atriz no filme "Lola" de Jacques Demy-1961) e a dupla de peso Marcello Mastroianni e Sophia Loren, vivendo um casal atrapalhado na qual toda trama do filme gira em torno deles, com uma releitura memoravel da cena maravilhosa de "Ieri oggi e domani"do diretor Vittorio De Sica -1963 . Esta cena vale pelo filme inteiro e deu a provavel indicação a Loren como atriz coadjuvante por "Prêt-à-Porter"
Obs: O filme não se encontra a venda no mercado, nem em VHS ou DVD. Só o encontrei para locação no Rio de Janeiro na locadora COMETA tel:3352-4678
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Em tempos de Mulher Melancia ...
... vale lembrar que no outro lado do mundo também existem "mulheres frutas ".
Eu me refiro aos chamados "fruits", que particularmente adoro e são sempre uma fonte de inspiração.
A inspiração para este "post" surgiu ao receber o vídeo abaixo ,enviado por uma ex aluna (valeu Erika Santoro pela contribuição!). Vendo e ouvindo a musiquinha introdutoria, uma espécie de funk /rap made in Japan, comecei a imaginar as meninas frutas do funk usando essa idumentária dos fruits. Ri muito! Pura viagem da minha cabeça aquariana.
Queira Deus que as mulheres melancias, morangos, maçãs, tangerinas, abacate, jaca, abricó ... ou seja todas as habitantes do Universo Funk Hortifruti Carioca nunca adotem um visual desse. Imagina uma delas vestida assim? Vai ser muita informação para minha mente. Não consigo visualizar!
M.E.D.O. , P.A.V.O.R e D.E.S.E.S.P.E.R.O.
Fruits ou Harajukus:
Ridiculos?Exagerados? "Overs"? Essa é a primeira mensagem que se passa ao ver esses jovens e adolescentes japoneses geralmente entre 12 a 20 anos, mas na realidade é uma tentativa desesperada de individualização, de diferenciação junto ao restante da sua sociedade.
Tudo começou em Harajuku, como ficou conhecida uma popular área ao redor da Estação Harajuku, do Município de Shibuya, em Tóquio, no Japão. Foi nascendo aos poucos, sem nada planejado. Aparecia um aqui, outro ali e, a cidade foi ficando cada vez mais multifacetada, de uma forma totalmente espontânea.
Harajuku, então, ficou conhecida como a "maior passarela do mundo a céu aberto", sendo assim, facilmente associada à capital japonesa. Esses jovens são referência absoluta para a moda e para entender como o vestir de um individuo é impregnada de mensagens. É um verdadeiro laboratorio de idéias para designer e estudiosos de moda do mundo todo.
Os Fruits (como ficaram conhecidos após o estudo e publicação de um livro e uma revista do fotógrafo japonês Shoichi Aoki) ou os Harajukus (conhecidos também com este nome ,o mesmo da região onde surgiram em Tokio), não fazem parte de um movimento, pois nunca tiveram uma ideologia. São apenas adolescentes se vestem de forma diferenciada dos demais da população japonesa, quase sempre planificada , onde todos são iguais. Com os looks mais "over" possíveis, influenciados pelas culturas cyber, punk, anime, goticas ... , trajando muitas sobreposições, roupas e acessorios de brechós e elemetos da cultura japonesa, esses adolescentes incorporam em seu visual cada informação adquirida do cotidiano, passando a mensagem que desejam através da roupa.
Por exemplo : Se um adolescente desse grupo assiste ao novo filme do Batman e se identifica com a estética apresentada na tela ele procurara usar algo em sua vestimenta que identifique essa sua informação adquirida, seja um botton,um anel ou camisa com o simbolo do personagem ... entretanto ele também não deixara de usar as outras peças previas de seu guarda-roupa como uma calça de ballet que usa por gostar desta arte ou mesmo um chapéu de cowboy por apreciar também o estilo. Na realidade é o total exemplo da comunicação via vestuário.
Sabe-se que existe uma analogia evidente entre a forma de vida e o desenvolvimento da indumentária. e que os povos civilizados usam um maior número de objetos ornamentais que os povos primitivos. Então sera que essa seria a explicação para o fenomeno acontecer no Japão? Jovens com excesso de informação devida a vida moderna ,incorporarem essas ao seu vestir. Não estaria ai também o “ponto” do que muitos estudiosos afirmam que estar acontecendo, o fim da tribalização na moda? Respondam vocês.
Abaixo algumas ramificações deles:
Visual Band - Esse gênero é o que possui mais adeptos, que buscam imitar músicos de bandas famosas e a maioria têm inspiração gótica e macabra. Utilizam pó de arroz para deixar as faces embranquecidas e depois pintam lágrimas negras. Já os cabelos devem ser coloridos ou desfiados, as roupas negras ou vermelhas e o salto plataforma.
Gyaru (gíria japonesa para "girl") e Yamamba (bruxa da montanha): Estas são alas femininas, que gostam de ousar do universo lúdico e sensual. Elas buscam imitar o estilo "Barbie" de se vestir. São as loiras de olhos puxados, com peles bronzeadas, vestidos curtos e muitos acessórios com maçãs de plástico e imagens da Hello Kitty.
Ura-hara (abreviação de Ura-Harajuku): composta por pessoas mais velhas, acima dos 17 anos, tanto do sexo feminino como masculino. Geralmente estudam arte e design, trabalham como cabeleireiros, maquiadores, vendedores de lojas descoladas. Se inspiram nos punks, ravers, indies, skatistas e artistas plásticos.
Lolitas: Estas são as bonecas de plástico. São aquelas japonesas pequenininhas, que usam vestidos de modelagem vintage, com meias até o joelho, lencinhos nos cabelos como maria-chiquinha e ursinhos de pelúcia nos braços.
Kireime: Garotas comportadas, que utilizam maquiagens em tons pastel e adoram grifes importadas e caras, como Gucci e Louis Vuitton, por exemplo.
Mais sobre estes jovens acessem http://www.fruits-mg.com/
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
A Borboleta Monarca Tropical de Londres
No Brasil a imprensa de moda, pouco fala sobre Zandra Rhodes , embora aqui, ela também tenha fãs que a admiram e sofrem a influência de seu trabalho como por exemplo: Dudu Bertholini da Neon e a Chiara Gadaleta da Tarantula.
Zandra Rhodes’ Conceptual Chic Collection, UK 1977
Zandra contemporânea de Vivienne Westwood, que defendia uma visão mais dura sobre o movimento, escapou da industrialização maciça e da ditadura do marketing de moda, tornando-se uma personalidade, não uma marca.
_ "Ter um Zandra Rhodes é para sempre!", afirmou certa vez a Princesa Diana, uma de suas clientes mais fiéis, até mesmo na década de 90, época de ostracismo em que foi subjulgada pela imprensa de moda internacional.
Um dos diversos vestidos de Zandra para lady Diana e Figurino "punk chic" para Freddie Mercury .
Figurino by Zandra de Aida no San Diego Opera
Eu mesmo, só tive um contato real com sua obra quando trabalhava como designer na equipe da querida Patrícia Viera, uma eterna mestra para mim, e ela resolveu fazer uma coleção autobiográfica para justificar um desejo fashion daquele momento, os anos 70.
Patrícia nos relatou que na década de 70, quando morava em Londres, teria tido os primeiros contatos com a moda sendo assistente da estilista Sally Mee e nas horas vagas modelo de prova de Zandra e de como as estampas da designer encantaram o seu "olhar", ficando muitas vezes por infinitas horas, após as provas de roupa, obervando a designer em sua etamparia, e de como essas horas de observação contribuiram para sua formação estética e na questão de como trabalhar com cores e grafismos, diga-se de passagem pouco se fala disso também na imprensa mas "Paty"(apelido que ela faz questão que qualquer um que trabalhe com ela a chame) é uma da maiores "coloristas" que já vi, ver esta designer montar uma cartela de cor é uma aula sem preço que nenhuma cadeira de faculdade realiza.
Estampa de Patrícia Viera homenageando sua "mestra" Zandra Rhodes. (foto:Marcio Madeira)
Particularmente, após uma ampla pesquisa que realizei para então coleção de Patrícia, fiquei encantado com o trabalho de Rodhes, e pude observar como ela foi influência para diversos designers e artistas plásticos internacionais. Para se ter uma idéia, quando ninguém pensava em moda étnica, nem mesmo YSL, ela já o fazia na década de 60 no inicio de sua carreira; foi ela que nos anos 70/80 inovou na estética de se usar as costuras aparecendo nas malhas , o que é muito comum e usado até hoje em dia em roupas streetwear e do "ready and easy to wear".
Criação dos anos 90 . Zandra após palestra no Fashion Textile Museum em 2007
Devido ao seu caráter contestador e por trabalhar a vertente Moda/Arte, por anos sempre ficou à margem da grande mídia da moda, mesmo sendo uma estilista-persona, tipo que já havia sido personificado por Coco Chanel e encontrou representantes até no Brasil, como Dener.
Zandra sempre usou cabelo colorido (verdão, rosa choque, vermelho radiante), maquiagem quase teatral, jóias e mais jóias, e modelos de suas próprias criações. Ela definitivamente foi e é a melhor divulgadora de seu próprio trabalho e o melhor suporte de suas criações.
Foto de divulgação no fim dos anos 90
Possivelmente por ter uma alma e linguagem singular, colorida, exuberante e até mesmo com uma pitada de latinidade, para uma designer inglesa, Zandra não teve o lugar de destaque que mereceu durante toda sua carreira. Sempre sendo vista como "a louca da moda londrina", Extravagância avec elegância! como muitos jornalistas aqui no Brasil definiram seu trabalho. Eu particularmente discordo, acho que é sim um caso clássico de não entender quem esta na frente do seu tempo, ou mesmo pegar uma borboleta tropical (Zandra) e coloca-la junto com várias outras do tipo Biston Betularia, aquelas mariposas escuras inglesas ( no caso outros designers ingleses contemporaneos a ela) não que uma seja mais bonita que a outra mas sim pertences a espécies diferentes.
Zandra Rhodes, nasceu em Chatham, Kent, na Inglaterra, estudou estamparia têxtil e litografia de 1959 a 1961, e começou sua carreira como estilista em plena swinging London, como Londres ficou conhecida nos anos 60, com as novidades nas artes em geral, e na moda em particular, que explodiam por palcos, ruas e lojas da cidade.Ali completou seus estudos, no Royal College of Art.
Os primeiros passos de sua própria marca aconteceram em 1968, depois que fabricantes ingleses considerarem seus desenhos em tecido muito escandalosos. No inicio de sua carreira, descontente com o uso que seus empregadores faziam de seus desenhos e ja que ninguém os quis, ela mesma decidiu costurar e vendê-los em sua primeira loja e casa na Fulham Road, ponto obrigatório para os modernos e originais do mundo inteiro na época junto com a BIBA.
Viajante sensível , suas criações sempre se inspiram na natureza e nas culturas dos lugares que visita. Dos índios americanos, passando pelo México e Índia, Zandra, hábil desenhista, cria desenhos têxteis, formas e cores extremamente sofisticados, que imediatamente transformam os modelos de suas coleções em peças especiais
Zandra em seu Estudio de San Diego- 2007.
Ano passado, quando voltou após 20 anos as passarelas londrinas, depois de ter relançado sua marca há alguns anos, pouco se falou dela na imprensa, no brasil então quase nada,a não ser que tinha sido muito famosa nos anos 70 e era a inventora do o inconfundível "look dos trapos"(na realidade o punk chic) com trabalhos esburacados, com bainhas em franjas e debruados com penas e borlas e que já vestira Natalie Wood,Princesa Diana ,Bianca Jagguer e Andrea Dellal 'Rio - assim conhecida quando modelo' ( as 2 últimas também foram suas modelos em início de carreira e sempre admiradoras, amigas pessoais e admiradoras do trabalho da estilista).
Entretanto mesmo neste tempo afastada da grande mídia Rodhes continuou de pé e realizando diversos trabalhos na área de moda, estamparia, figurino passando pelo design de interiores e na educação através de cursos e palestras.
Terraço projetado por Rodhes para uma mansão da Califórnia
Preocupada com a preservação das criações de designers ingleses da atualidade, em 2002, Rhodes construiu, com a assinatura do arquiteto mexicano Ricardo Legorreta, um coloridíssimo edifício que além de órgão de documentação e preservação de moda, é um vivo centro de formação e intercâmbio para estudantes e profissionais da moda do mundo o todo o Fashion and Textile Museum, ao sul de Londres. Neste "instituto" (o local fica não longe da Tate Modern, o "the place to be" dos próximos anos ) ocorrem cursos, palestras e exposições dos mais renomados designers e as vezes contam com a presença colorida de Zandra, como professora ou organizadora de algo .
Onde ela conseguiu dinheiro para tudo isso em plena ostracismo? Tendo muita perserverança e jogo de cintura ao pedir verba aos milionários!
Fashion and Textile Museum
Rhodes é um exemplo de determinação e credibilidade que deve servir de inspiração para os que acreditam que fazer moda não é simplesmente render-se a tendências quase sempre comerciais e pouco originais, mas que fazer moda pode ser também fazer Arte.
Exemplo disto é a uma pequena coleção de beachwear composta por "sarongs" que Zandra preparou com exclusivamente para um novo site de compras londrino o Pret a Portobello. Com, uma iniciativa de fashionistas e lojistas da Portobello Road, em Notting Hil, onde a designer morou por 30 anos.
Além da coleção de Zandra o restante do site nem é la essas coisas, mas o que me chamou a atenção é a iniciativa desta designer, com 68 anos, em engajar-se em propostas que tenham como intuito a idependencia de designers junto à "maquina da moda".
Com poucos modelos a coleção vintage e exclusiva traduz com dignidade e singularidade o espirito livre de Rhodes em grafismos e cores na estamparia, mesmo para uma proposta modesta de um site de compras.
Em seda, os 4 modelos vintage de "sarongs" pintados a mão(fotos abaixo) e com tecidos nunca antes utilizados,do acervo pessoal de Zandra, são de quantia limitada, e possuem como tema de inspiração as viagens realizadas por Zandra na década de 70 ao México (peça negra), ao Japão (peça rosa e peça branca com estamparia azul) e à Austrália (peça branca colorida) as peças são verdadeiras obras de arte e da história do estilo Zandra Rodhes.
domingo, 24 de agosto de 2008
Beleza Feminina & Arte
As imagens transmitem não só uma mensagem como as palavras, mas criam uma realidade onde são expressos valores e códigos muito mais diretos do que os produzidos pela escrita. A palavra pode ser ambígua enquanto a imagem, por ser muito mais direta de assimilação que a primeira, quase nunca possui esta característica.
Assim explico o porquê da minha revolta com o figurino de Madonna em "Sticky and Sweet".
Prefiro ter como mensagem e imagem deste mito (que tanto analisei em cursos de moda e outros trabalhos) as imagens de antes desta turnê, como por exemplo a foto acima realizada pelo maravilhoso e já falecido Herb Ritts, ou ver a beleza feminina e arte nesses vídeos abaixo:
Meia arrastão segura mesmo.
Que diabos de figurinos foram esses que a "bunita" da Arianne Phillips e o carcamano do Riccardo Tisci da Givenchy foram arrumar para a Titia?
Como falaria meu saudoso mestre Paulo Leite, vamos para a análise da idumentária da dita cuja:
- Os óculos da Moschino em formato de coração ficaram um pavor no rosto dela, ou melhor está parecendo a seguinte cena: "A menininha vai para o colégio e pegou os óculos que ganhou de brinde no pacote de Sucrilhos e foi ..."
- Da-lhe meia arrastão em todos os blocos para segurar as magras pernas e ja um pouquinho flacidas da titia, que diga-se de passagem nunca foram uma parte bonita do corpo de Madonna ( Tudo bem! Tudo bem! Malhadas e duras sempre foram , mas feias também).
- Cobriram os joelhos com botas de cano alto ou meias 3/4 , nas mãos ... meias luvinhas de "Ana Maria Braga" quando não bandagens fingindo ser boxer ( essas 2 partes depois de uma certa idade nem o Pitanguy dá jeito) e mete muito tule e transparência na barriga para esconder que o tanquinho virou tábua seca. E o pior que muitos dos meus amigos de profissão e Produtores de Moda vão falar que é "tendência"( nova palavra usada para explicar o inexplicavel) e que ela ainda pode usar o que quiser. Tudo bem, acreditaremos ... a corte de Dom João VI quando chegou ao Brasil usavam turbantes nas cabeças e todo mundo aqui acreditou que era moda e não era, era cabeça raspada pelos piolhos e até hoje tem professor de Idumentária nas escolas de moda brasileiras que falam que isso era moda na europa na época, vide as gravuras de Carlota Joaquina. Gostamos mesmo de ser enganados!
Façam-me o favor, estes foram os recursos mais óbvios que uma equipe de figurino poderia utilizar para esconder as imperfeições da baixinha. E nem venham falar nada, todo mundo tem imperfeição depois dos 40/45 principalmente com o biotipo dela e ao vivo não tem como para passar Photoshop - como diz minha amiga Clau : Photoshop, the best old man's friend !
Possivelmente Madonna vai suspirar muito e falar nessa Turnê: " Como era gostoso meu francês!"_ com saudades dos tempos que Gaultier mandava ver nos figurinos _ Ou: Cadê meus italianos! _tempos em que D&G realizavam suas obras.
Mas que uma "caquinha" podia pintar já era esperado, a própria responsável pelo figurino, Arianne Phillips, que há 11 anos trabalha como personal stylist de Madonna, afirmou em entrevistas que : “Normalmente nos preparamos durante Abril e Maio para uma estréia em Junho, mas dessa vez o show vai começar em Agosto, o que é um pesadelo. Todos os estilistas estão de férias na Itália e França, na beira da praia pegando sol.” (fonte:www.fashionbubbles.com)
Então a saída da gordinha foi : a grife Givanchy vai fazer dois figurinos, através do designer italiano Riccardo Tisci (que diga-se de passagem esta começando a engatinhar perante aos demais designers das grandes casas), o Tom Ford desenhara as roupas usadas pela banda ( isso sim pelas fotos dá para ver que estão maravilhosos), vamos fazer três modelos de sapatos feitos na Miu Miu, usar umas botas de cano longo da Stella McCartney, pegamos os óculos escuros da Moschino de coração e resto a gente garimpa com a Yves Saint Laurent, o Roberto Cavalli e o Jeremy Scott. Resultado: Salada Fashion total e sem nenhum GÊNIO (excessão obvio do Tom Ford) para dar uns toques na "rechonchuda" que parece irmã siamesa, tanto em gordura quanto em competência, com a gordinha do "Esquadrão da Moda".
Na boa e bem direto : Mandaram muito mal!
Tudo bem que todos os citados acima são profissionais "top, top, top de linha" e quem sou eu, um mero ex professor de moda e "designer tupiniquim latino carioca da silva", com anos luz de distância desses profissionais para falar e meter o "pau", mas Madonna merecia algo no mínimo GENIAL em termos de figurino e ainda mais para essa Turnê Mundial, provávelmente a sua última, ou vocês ainda possuem a "parca" esperança de que ela vai saculejar o "popozão" até os 60? Esqueçam né! Nem a Tina Turner conseguiu (e olha "naipe" e as pernocas da nega) não fazendo no palco nem a metade das estripulias que o público espera e obriga sempre de Madonna.
Entretanto pelas fotos, Giovanni Bianco, o brasileiro que assina a direção de arte do mais recente trabalho da cantora, “Hard candy”, e da turnê “Sticky & Sweet”, vai só receber os "parabéns" da titia pelo resto, e não pela parte da vestimenta e ainda vai chamar a "bunita" da Arianne ( o mulher feia) para uma conversinha. Show só se vê como um todo após a estréia, mesmo na super estrutura "Madonnesca".
Mas mesmo assim o espetáculo deve ser memorável e eu ainda sou fã da Titia. Aguardemos dezembro.
sábado, 23 de agosto de 2008
O banquinho da pracinha ficou "fashion".
O design de mobiliário anda ganhando o rumo das ruas. Em um futuro próximo, um móvel com estilo não sera mais privilégio em decoração de casas e outras áreas privadas .
Segundo alguns designers do setor, uma infinidade de espaços comuns, exteriores e públicos também necessitam de elementos para tornar um ambiente mais agradável aos olhos.
O chamado "mobiliário urbano" está aos poucos dando uma nova cara para algumas ruas nas cidades da Europa, ajudando na formação de um novo Design Urbano, tornando por exemplo, bancos públicos em objetos de admiração através:
- das novas formas criadas pelos designers
- do seguimento de tendências que regem o setor da decoração
- da renovação das gama de cores aplicadas.
Nesta revolução do Design Urbano Europeu estão de um lado a decoração de praças, parques e jardins e de outro a decoração das calçadas, bancos, sitemas de iluminação (que são elementos fundamentais), além de lixeiras, suportes para publicidade, brinquedos para crianças em praças e outros complementos, tendo todos como denominador comum a busca de materiais duráveis e resistentes para seu uso em exteriores.
Se tradicionalmente o chamado "mobiliário urbano" tendia a ser sóbrio e com cores neutras, as novas diretrizes do setor apontam para um estilo mais colorido, alegre e despojado, uma vez que os designers estão propondo novas formas de entender o conceito de " móvel urbano" como um elemento que além de realizar um serviço seja também algo decorativo para o seu local, uma combinação de funcionalidade e beleza.
Acima, o banco de praça em uma calçada (foto) é uma proposta dos designers do "Atelier Mendini" de Milão, que em seus catálogos apresentam uma grande variedade de bancos para exteriores, em madeira e fibra, laqueados em diversas cores: verde, vermelho, rosa ... cada comunidade, prefeitura ou bairro, podera em um futuro próximo escolher as cores e formas que mais lhes agradem para decorar seus espaços públicos, com bancos de amplas dimensões e muito confortáveis.
Uma lástima que o Prefeito do Rio , Cesár Maia, não adotou essa idéia nesse seu último mandato (Será? Eu particularmente rezo muito para que seja o último dele em definitivo) , além de ser a cara dele esse tipo de iniciativa, ao menos veriamos nossos muitos mendigos dormindo em bancos assinados pelo seu amigo Índio da Costa.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Caras Delícias Espanholas.
As coleções primavera-verão 2008 dos mais renomados designers e empresas espanholas em joalheria foram apresentadas em um editorial com fotos muito originais publicadas pela italiana "Vogue Gioiello" .
As criações de Aguilar de Dios, Antonio Soria, Candela, Candame, Carrera y Carrera, Crisolar, Jorge Revilla, Masriera, Noah Barcelona, Piero Magli, Ramon e Vicente Gracia foram clicadas em um jogo de simbiose com refrescantes pedaços de frutas tropicais.
Acima uma criação de Bagués Masriera com jaboticabas. A seguir outras caras delícias:
Candame
Candela
Carrera y Carrera
Crisolar
Vicente Gracia
Jorge Revilla
Noah Barcelona