Concepção, design e textos: David Angel Pallas

Colaboração em textos: Erika Santoro
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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Ado,ado,ado, a Hermès e seus Quadrados!


A Arte sempre foi uma das molas propulsoras para a criatividade na Moda. Designers de moda utilizam alguns dos artifícios e ferramentas da arte para a realização de suas criações. A relação entre Moda / Arte e o fato da Moda poder vir a ser Arte sempre foi um dos maiores debates do meio "fashion" desde que ele existe.

Mas para este post, o que importa é que a moda sempre se serviu da arte como fonte de inspiração. Desde de Elsa Schiaparelli que contava com a colaboração de Dalí e outros artistas de sua época ( curiosidade rápida fashion: Dali amigo pessoal de Madame Elsa ajudou-a por diversas vezes em seus trabalhos, e o Surrealismo foi uma fonte de inspiração em seus trabalhos. O nome Shocking da Cor Rosa Shocking é uma homenagem a designer, a si própria, que se utilizou muito desta "gama"), ou mesmo a homenagem de Yves Saint Laurent à Mondrian.

(O famoso chapéu em forma de sapato, e o tailleur-escrivaninha com bolsos em forma de gaveta, umas das diversas criações em conjunto de Dali e Elza)


(YSL & Mondrian)

Durante esta temporada, a paixão da moda e designres pelas grandes obras de arte cresceu significativamente e deu origem ao que estão chamando de tendência "Arty".

Marc Jacobs rendeu uma homenagem na coleção da Louis Vuitton ao seu amigo, o pintor Richard Prince na forma de modelos vestidas de enfermeiras (um dos temas mais recorrentes na obra de Prince), Dolce & Gabbana manchou seus vestidos no estilo da "action paitign" do mestro do Expressionismo abstrato Jackson Pollock, e por fim como exemplo na alta costura, John Galliano atualizou as elegantes figuras femininas de Gustav Klimt na sua coleção de verão para Christian Dior.

(Obra de Richard Prince inspirando desfile da L.V by Marc Jacobs)

(Pollock e D&G)

(Klimt/Galliano/Dior/Elegância exclusiva)

Agora a casa Hèrmes resolveu render uma homenagem a um dos artistas mais influentes do século XX e um dos grandes investigadores da questão da cor: o mestre da Bauhaus Josef Albers.


(Albers e "Homenagem ao Quadrado " nos tempos de Bauhaus)

A escola Bauhaus fundada pelo arquiteto alemão Walter Gropius integrou duas escolas existentes na cidade de Weimar, a Escola de Artes e Ofícios, do belga Henri van de Velde, e a de Belas-Artes, do alemão Hermann Muthesius, e fundou uma nova escola de arquitetura e desenho a que deu o nome de Staatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção), com sede em um edifício construído em 1905 por Van de Velde.

O estilo Bauhaus era fruto do pensamento dos professores, recrutados, sem discriminação de nacionalidade, entre membros dos movimentos abstrato e cubista. Ao iniciar a Bauhaus, Gropius ( fundador) apoiou-se principalmente em três mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Marcks e o pintor suíço Johannes Itten. A eles se juntaram depois artistas da categoria de Oskar Schlemmer, Paul Klee, Wassili Kandinski, László Moholy-Nagy e Ludwig Mies van der Rohe. Em 1925, "Josef Albers" e Marcel Breuer passaram a fazer parte do grupo.

(Albers e uma das obras "quadradas"em serigrafia)

A homenagem a Josef Albers surgiu após uma visita da equipe de criação da marca francesa, encabeçada pelo seu diretor de criação, Pierre-Alexis Dumas, a la cabeza, à fundação do artista em Connecticut (Estados Unidos), onde ficaram assombrados com a "força" das criações do artista, em especial pela obra "Homenagem ao Quadrado".




















(Exposição permanente na Fundação Josef Albers em Connecticut )

Esta peça em particular destaca-se por ser uma das principais obras de Albers e por ter sido primeiro realizada como litografía, depois como serigrafía, e por último como tapeçaria . Trasporta-la a um lenço de seda surgiu como uma forma de culminar as “transformações” que se haviam realizado no decorrer da história e uma interessante homenagem ao artista. Da admiração que causa uma obra exposta na parede à sua popularização através de um produto de moda, essa foi a idéia da Hèrmes.

Entretanto os "lencinhos" da Hèrmes serão para poucos, feitos em 6 variações estes serão realizados em uma edição limitada e numerada de 200 unidades por cor, que irá acompanhada de um livro sobre o artista e um estojo especial, por um preço de 2.000 euros. ( Abaixo 2 desenhos de duas peças).


Quem for adquirir o "mimo" nada baratinho vai então decidir se o usa para adornar o pescoço ou outras partes do corpo. Eu se tivesse "dim dim" guardaria como recordação e obra de arte.

Entretanto voltando ao assunto do início deste texto, a tendência Arty, repararão como cada criador de moda ou equipe de criação buscam inspirações em suas Filosofias? Por exemplo, Galliano sempre ligado as formas orgânicas foi beber na fonte de Klimt e a Hèrmes, sempre "reta", clássica, nas formas inorgânicas e quadradas de Albers.

"Ado, ado, ado cada um com e no seu quadrado."

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